UMA VIAGEM AO BERÇO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, por Reinaldo Carlos Matte

Voar para Israel continua com as melhores opções via Europa, assim como estava em 2009, quando fui para lá. Posso afirmar que viajar para este destino é encontrar-se com o mais alto grau de espiritualidade que se possa imaginar. 

Reinaldo visitou Jerusalém em 2009 e garante que foi emocionante!
Logo na chegada em Jerusalém fomos ao ponto mais alto da cidade (uma espécie de belvedere) de onde avistamos grande parte da cidade, como por exemplo a Esplanada das Mesquitas, com seu Monte do Templo famoso e mundialmente conhecido por sua cúpula dourada, que foi construído pelo rei Salomão há cerca de 3.000 anos. Logo abaixo de onde estávamos, encontrava-se o cemitério que, segundo a crença do povo, será o ponto de retorno de Jesus.

 O Monte das Oliveiras, situado a leste da Cidade Antiga de Jerusalém, em Israel, é o local onde, segunda Bíblia, Jesus foi preso.
Caminhar pelo Monte das Oliveiras e sentar-se ali,  em frente às oliveiras centenárias, no horto de Getsêmani (onde Jesus foi preso) é realizar uma profunda reflexão sobre o livre arbítrio que nos foi generosamente ofertado. Esse local, no meu entender, foi o final da escolha, onde decidimos pela crucificação, pela morte e humilhação. Às vezes, penso que esta decisão tenha gerado os espinhos de sofrimentos da humanidade. Uma vergonha que coloca o homem em um patamar sub-humano.

Realizamos uma verdadeira peregrinação aos lugares sagrados, com um emocionante trajeto a pé pela Via Crucis, seguindo os mesmos caminhos por onde Jesus carregou a cruz. Vimos os locais demarcados de suas quedas, onde suas mãos se ampararam, onde Maria lhe confortou, onde foi açoitado, enfim, me senti extremamente emocionado e entristecido, pensando na dor e sofrimento que ali foi causado. Hoje, estes corredores estão cercados de lojas.

Dizem também que perto de datas especiais, como do Natal, muitas pessoas que visitam Jerusalém começam a ter o que se chama de “síndrome da permanência”, ou seja, esquecem do tempo e inclusive das datas de retorno aos seus países. Confesso que esta sensação passou por mim também.

Rio Jordão.
Ser batizado no rio Jordão vestido de branco foi especial, aliás, tinha idéia de ser um rio muito grande, mas é apenas extenso em seu percurso. Chegando em Tiberíades, fomos navegar pelo mar da Galiléia, até o local onde Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães e peixes para quase 5 mil pessoas que ali estavam  para ouvi-lo.  Tive um sentimento de gratidão por estar naquele lugar, afinal era a região em que Jesus viveu sua infância e juventude como Tabgha, Nazaré e Canaã.

Outra grande descoberta para mim foi a viagem ao Mar Morto. No caminho tive o privilégio de ver as cavernas de Qumran onde foram encontrados por pastores os jarros de cerâmica que continham nada menos que os manuscritos do Mar Morto. Papiros com escrituras bíblicas que remontam há mil anos antes do velho testamento, provavelmente no século III A.C. 

Manuscritos do Mar Morto.
Tive a oportunidade de vê-los no museu de Israel em Jerusalém. Lembrei-me com saudades da minha inesquecível e querida professora de história do Mauá, a Sra. Brunilde Lotz que tanto nos ensinou sobre estes povos.
Fortaleza de Massada é patrimonio da UNESCO.

No mesmo caminho do Mar Morto, outra grande surpresa estava à espera: a magnífica e majestosa Fortaleza de Massada. Situada a aproximadamente 350 metros de altura sobre uma montanha, patrimônio mundial da UNESCO, e não é para menos, do seu alto é possível se ter uma visão fantástica de grande parte do Mar Morto. Sua história também é grandiosa, construída pelo rei Herodes, esta verdadeira cidade, possuia cisternas para armazenamento de água e silos para alimentos, que podiam suprir a vida dos seus quase mil habitantes por dois anos.

Em uma parte do palácio, foram construídas as casas de banho de Massada, vestígios intactos de uma sauna gigantesca para a população em que a água era retirada do mar morto, dessanilizada e carregada da base da montanha até o topo por gigantescas rodas de correias de roldanas entremeadas por baldes. Fiquei imaginando esta engenharia em pleno ano de 73 D.C.  A Fortaleza foi sitiada pelos romanos durante dois anos, mas só tiveram êxito em tomá-la porque todo o povo de Massada suicidou- se antes da invasão derradeira.

Banhar-se no mar morto é algo indescritível, a alta salinização permitiu que eu tirasse uma foto realmente incrível: sentado nas águas e lendo uma revista.

Visitei ainda outros locais sagrados de Israel como o Santo Sepulcro, a Basílica da Dormição de Maria, a cidade de Belém com a gruta da Natividade, orações no muro das lamentações, museu do holocausto, Tel Aviv, Cafarnaum, Tabgha, Canaã da Galiléia, Nazaré entre outras ....

Comentários